MAGNIFICAT!
A minha alma engrandece,
Glorifica o Senhor!
E todo o meu espírito estremece
E crepita e exulta e resplandece
Em Deus, meu Salvador!...
Beijo de orvalho na folhinha de erva
Baixou Deus da vertigem do infinito
Por sobre mim, sua humilhada serva,
A eterna luz do seu olhar bendito...
E fiquei para sempre iluminada
Nesse piedoso e límpido clarão!
E hão-de chamar-me bem-aventurada
Sempre! de geração em geração ...
O seu nome é sagrado:
E o seu poder que nunca terá fim
(Por ter em mim poisado)
Não vistas maravilhas fez em mim!
E aos que o temem e a quem dele implora
Misericórdia e protecção clemente,
Deus encaminha-os — pela vida fora
E sempre, eternamente...
Manifestou a força do seu braço
E aos vãos, aos de orgulhoso pensamento,
Desfê-los — como a poeira, pelo espaço,
No turbilhão do vento...
Derruiu tronos e reis — pô-los de rastros...
— E aos humildes ergueu-os para os astros!
Deixou os ricos sem riqueza e nome
— E encheu de bens os que sentiam fome!
Com desvelado e carinhoso amor,
Protegeu Israel, seu servidor,
Marcou-lhe os firmes passos com sinais
De Bênçãos e clemência,
Conforme prometera a nossos pais,
A Abraão e a toda a sua descendência...
E eis que será perpetuamente assim
Nos séculos dos séculos sem fim!...
(Da Alba Plena) |