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AVE, MARIA
Maria, doce Mãe aos desvalidos,
A ti clamo, a ti brado!
A ti sobem, Senhora, os meus
gemidos,
A ti o hino sagrado
Do coração de um pai voa, ó
Maria,
Pela filha inocente.
Com sua débil voz que balbucia,
Piedosa mãe clemente,
Ela já sabe, erguendo as mãos
tenrinhas,
Pedir ao Pai dos Céus
O pão de cada dia. As preces
minhas
Como irão ao meu Deus,
Ao meu Deus que é teu Filho e
tens nos braços,
Se tu, mãe de piedade,
Me não tomas por teu? Oh!, rompe
os laços
Da velha humanidade;
Despe de mim todo outro
pensamento
E vã tenção da terra;
Outra glória, outro amor, outro
contento
De minha alma desterra.
Mãe, oh!, Mãe, salva o filho que
te implora
Pela filha querida.
De mais tenho vivido, e só agora
Sei o preço da vida,
Desta vida, tão mal gasta e
prezada
Porque minha só era...
Salva-a, que a um santo amor
está votada,
Nele se regenera. |