Louvemos ao Senhor
Louvemos ao Senhor: as mãos ergamos
Como, ao Sinal da Luz, ávidos ramos
Na sombria espessura.
A terra seja o Adro; os céus a Igreja:
E a vocação sacerdotal esteja
Em toda a Criatura.
Louvemos ao Senhor. Sobre o Mistério,
Pulsados como as cordas do saltério,
Ressoem os sentidos:
Exulte, sob o Espírito que exulta,
Sidérea vida sufocada e oculta
Em olhos ou ouvidos.
Pois o verbo da Esp 'rança é sempre novo;
Tão cheio de Futuro qual um ovo
É cheio de asa e canto...
A agrura não entende o lavrador;
Mas, nós, — jeiras do Eterno, — ao seu amor
Profundemos o encanto.
Louvemos o Senhor. Dizei: bendito
Por quanto fez e nos deixou escrito
Em água, estrela ou flor.
Deus, que de nós se paga e se contenta
Quando, ao Seu Livro! um homem acrescenta:
— Louvemos ao Senhor. —
Louvai-o nos caminhos da alegria;
E, — muito mais ainda, — ao negro dia
Da súbita amargura...
A terra, seja o Adro, os céus a Igreja;
E a vocação sacerdotal esteja
Em toda a Criatura. |