Que cantassem aquele que choravam
De Babel sobre os rios nos sentamos,
Da nossa doce Pátria desterrados;
As mãos na face, os olhos derrubados,
Com saudades de ti, Sião, choramos.
Os órgãos no salgueiros penduramos,
Em outro tempo bem de nós tocados;
Outro era ele, por certo, outros cuidados;
Mas por deixar saudades os deixamos.
Aqueles que cativos nos traziam
Por cantigas alegres perguntavam:
- Cantai – nos dizem – hinos de Sião.
Sobre tal pena, pena tal nos dão,
Pois tiranicamente pretendiam
Que cantassem aquele que choravam.
|
|