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HINO A DEUS
Pela voz do trovão corisco intenso
Clama que à Natureza impera um Ente,
Que cinge do áureo dia o véu ridente,
Que veste da atra noite o manto denso:
Pasmar na imensidade, é crer o imenso;
Tudo em nós o requer, o adora, o sente;
Provam-te olhos, ouvidos, peito e mente?
Númen, eu ouço, eu olho, eu sinto, eu penso!
Tua ideia, ó Grão-Ser, ó Ser divino,
Me é vida, se me dão mortal desmaio
Males que sofro e males que imagino:
Nunca impiedade em mim fez bruto ensaio;
Sempre (até das paixões no desatino)
Tua clemência amei, temi Teu raio. |