Afectos dum coração contrito
Ó Rei dos reis, ó Árbitro do mundo,
Cuja mão sacrossanta os maus fulmina
E a cuja voz terrífica e divina
Lúcifer treme no seu caos profundo:
Lava-me as nódoas do pecado imundo
Que as almas cega, as almas contamina;
O rosto para mim piedoso inclina,
Do eterno império Teu, do Céu rotundo!
Estende o braço, a lágrimas propício,
Solta-me os ferros em que choro e gemo
Na extremidade já do precipício.
De mim próprio me livra, ó Deus supremo,
Porque o meu coração propenso ao vício
É, Senhor, o contrário que mais temo! |